Triunfo final para a liberdade

O que fazer quando a felicidade já não bate a tua porta como já bateu tantas vezes?
Para onde fugir quando os passos só caminham cansados e sem direção?
Apoiar-me em mim já não me faz ficar tão segura quando estou de pé.
Ao meu redor não vejo olhos brilhando em minha direção como via no início.
Já não existe amor na colheita e os cestos não te acolhem mais.
Há somente a troca bruta, braçada por braçada para que mais um dia se finde fadigado de tudo, de todos e também de mim.
No corpo as dores parecem gritar:
Tire-me daqui, leve-me para qualquer outro lugar.
Olhares maldosos, enganosos, mentirosos e exploradores olham-me como se tudo fosse normal.
Já eu, sinto-me uma animal a mendigar minha dignidade.
Olho para o lado e vejo dois ou três amigos sufocarem com a mesma dor. 
Ninguém solta a mão de ninguém. 
Vamos destruir essa corrente, não somos donos daquilo que nos prende, mas se olharmos com cuidado, aquilo não está preso a nós. 
Nós é que estamos presos aquilo. 
Coragem para soltar. 
Dignidade para começar de novo, em outro lugar. 
A liberdade será o nosso triunfo final.


Ilustração: @hiraizumiharuna0204

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