Vovô Moacir, saudades!

Sobre saudade nunca soube falar... e sobre você eu perco até a voz...
Sorriso nobre, fala macia, cabelos branquinhos e uma generosidade infinita.

Entrar no teu carro, pegar a estrada enquanto o vento soprava os cabelos, sonhar que o carro vai criar asas e levar a gente para um rolê nas nuvens.

Parar no caminho, e na beira da estrada comer um docinho, o destino não importa, o que é mais importante é quem está dirigindo.

Teu cheiro era doce... sua existência era mágica. 
Mesada gordinha guardada na meia. 
- Sua bênção, meu vô! 
- Deus te abençoe minha filha.

Certeza que depois disso nada daria errado naquele dia.

Dormir e acordar sabendo que te abraçaria todos os dias pela manhã era o melhor motivo do dia.

Um dia, porém, tua voz se calou: - nunca mais voar no carro do vovô, alguém noticiou.

Uma lágrima caiu, a menina já crescida ficou miúda na existência... 
Seu Moacir agora era passarinho e seu carro, aquele possante anos 90, não era mais necessário. 
Vovô tem agora asas próprias e mudou-se para o céu.

Faltaram palavras, sobraram lembranças com cheiro e cor, a saudade que ficou, hoje eu chamo de eterno amor.



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