Respiro. Pauso. Um, dois, três

Você já acordou no meio da madrugada com vontade de chorar do nada?
Apertos ensaiados, atrozes, apressando o cardio.
Respiro.
Pauso.
Um. 
Dois. 
Três.
Fico parada em frente ao espelho.
No reflexo sem nexo, faço perguntas sem respostas:
- O que inquieta uma mente a ponto de roubar o sono da gente?
Que respostas necessárias estariam ocultas no misterioso universo da nossa cabeça?
O que esperar quando não estamos esperando nada?
Que vazios fazem necessários serem preenchidos para que as palavras se aquietem, e, encostadas em um neurônio qualquer, repousem devolvendo-nos paz?
Respiro.
Pauso.
Um. 
Dois. 
Três.
E de repente, sem pedir licença à face insípida, o que antes era ânsia, torna-se tempestade de sais minerais a percorrer o teu rosto.
Desassossego.
Infortúnio.
Desfalece; e no espelho, o reflexo etéreo, sem culpa alguma de sentir. 
Eu sinto muito.


Foto: @paris_obsessions_2

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