O recomeçar do novo

Estou aqui entre os pedaços do que sobrou da gente, e pedaços assim não se refazem facilmente. 
Por quê? 
Porque tem teu suor no travesseiro! 
E no banheiro, escorrendo pelo ralo do chuveiro, tudo que havia de melhor em nós.
Quem vai dizer que tudo isso não merece ser vivido de novo?
Vejo você desesperado para pertencer a outro alguém. 
Mas veja bem, meu bem, a gente não precisa ter pressa para entrar em outros mundos. Tampouco ter pressa para deixar o nosso.
Hoje ainda é quinta-feira. 
O ano é novo, mas os desejos são antigos. 
Os planos são os mesmos, e o trânsito também.
No caminho de volta para casa, vou olhando janela por janela tentando adivinhar se em alguma delas alguém vive como a gente viveu. 
Posso te pedir uma coisa, assim como presentinho de ano novo?
Se for me esquecer, esquece devagar, quem sabe até a última pontinha das lembranças da gente tu não desiste e volta. 
Hoje ainda é quinta-feira, e eu só preciso pensar em como sobreviver à sexta-feira e ao sábado sem você. 
Depois tudo volta ao normal... bem, quase tudo. 
Eu não sei ser normal junto com a desordem que a sua ausência deixou.


Foto: @antesnuadoquesua

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Deixe ir

Quero...

Silêncios...