Mais amor, por gentileza!

Esteja pronto. Sempre pronto.

Mas se não estiver, está tudo certo.

Eu te pego pelas mãos, arrasto-te pelo chão e, por fim, te coloco em minhas costas.

Só não vou te deixar sozinho.

E você vai me olhar por cima desse vidro de um jeito irado, tentando entender a que se deve tanto apreço se mal lhe conheço.

Talvez se indague: - qual será este preço?

E então, já que faz tanta questão, eu respondo:

"Numa noite muito fria, em uma rua bem vazia, alguém sentia fome. Alguém sentia frio.

E eu, que também de frio tanto tremia, acomodava-me na certeza de saber para onde eu ia.

Mas, aquele alguém tinha por certo de companhia somente as incertezas da vida.

Não quis saber para onde ia, como ia, não me lembro sequer de perguntar o seu nome, tratei apenas da sua urgência."

E era assim que precisava ser, é assim que precisa ser sempre.

Há que se cuidar primeiro da fome, seja ela de abraço, seja ela de pão.

Bota o ser humano de pé outra vez. E se não for capaz de acender a luz da sua escuridão, mostre-o as estrelas.

Quem sabe assim acenda a última fagulha de esperança para quem, no fundo, não desistiu de sonhar.

Precisamos viver mais de empatia e de intuição. De nada adianta querer mudar o mundo se não somos capazes de tocar um coração.

É preciso olhar para todos os lados. É preciso sair da zona de conforto, do grupinho de preferidos. Tem mais gente precisando da gente. 

É preciso rever “prioridades”.

Agora talvez você entenda melhor e se questione menos.

Eu não preciso saber tudo de você, eu não preciso sequer tão bem te conhecer; basta que cruze o meu caminho e eu já te quero bem.

E que a minha correria nunca me impeça de vê-los, e que a sua correria não te cegue para os outros. E que a empatia te convença que toda fome tem sua urgência.

E que eu tenha muita força para carregar as minhas bagagens e, se for preciso, eu carrego as suas, mas que eu nunca te deixe parado na vida.

E que na sua primeira oportunidade você não se questione sobre carregar ou não a bagagem de alguém.

Comece a fazer mais por quem não pode lhe oferecer nada em troca, porque assim você vai entender melhor quando fizerem isso por você.  A desconfiança vai diminuir quando você compreender que só a empatia converte ao amor.