Ei Mundo, dá um tempo!



Ei, Mundo posso ficar aqui?
Tudo bem, eu sei que tudo anda um tanto corrido e disputamos, além de espaço, status e formas para nos fixar num pedacinho de tudo isso aqui.

Olha, Mundo, peço desculpas por interromper, mas será que posso sentar?
Sei lá, olhar o vento, analisar seu formato, velocidade. Amar mais a lua e... pensar um pouco.

Será que é possível fazer um pouco de silêncio?
Todo esse barulho, tanta informação, letras, cores, sujeitos e predicados, nos deixam um tanto confusos.

Sabe, Mundo, eu sei que não dá para parar e ouvir eu te questionar, sei que a Terra precisa girar, e algumas coisas saírem do lugar... Mas, será que dá para conciliar toda essa euforia com um pouco de sensatez?

Será que é preciso mesmo seguir o fluxo?

Não dá para ficar parado vendo coisas evoluírem e simplesmente anexar tudo isso nessa bagagem chamada vida, sem se quer questionar tudo que radicalmente nos é imposto.
Mundo, sem perceber e muitas vezes embalados por tanta informação, interação, azaração, curtição, emoção, badalação, relação e ralação, vamos carregando fardos anônimos que nos mutilam a alma e nos roubam a paz.

E aí, Mundo, às vezes nos surpreendemos um tanto IN..
INfeliz, Inquieto, INseguro, INcompreensível, INsatisfeito, INtrospectivo, INdúvida!

Sabe, Mundo, tem momentos na vida em que a gente precisa mudar. Pegar todo esse emaranhado de imposições e sobrepor nossas opiniões.

Reagir, permitir, sacudir!

Sabe aquilo de subir na escada rolante do lado que desce? Não por rebeldia ou para quebrar qualquer regra, e sim para quebrar nossos próprios medos. Aquele que grita dentro da gente por nossa identidade.
Sem ter que provar nada pra ninguém. Sabe a vergonha da sua foto 3x4? Dane-se!

Ei, Mundo, dá um tempo!

Deixa-me ficar aqui, de pé no chão, deixa eu sentir o meu chão.
Não ponha-me rótulos, não me obrigue, não me embale não venda-me!

Ei, Mundo, deixe-me ser rebelde e construir meus conceitos. Deixe-me contestar, fazer meu movimento, sem pressa, sem comparações. Deixe-me ser única como minha amostra de DNA.
Mundo, eu sei aonde eu quero chegar. Deixe-me ser leve. Vai, Mundo, segue, pode ir ao seu ritmo, eu vou ao meu, pode parecer que não, mas o meu ritmo eu conheço, e me perco mundo, ao tentar seguir o seu.

Escuta, Mundo, o meu SAMBA, o meu REGGAE o meu POP meu ROCK, é trivial, mas é meu. 
 



"Silencio: ausência de som ou ruído. vocábulos correlatos: quietude, calma, paz."
(A menina que roubava livros - Markus Suzak)




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